Jean Gabriel Tarde nasceu em Paris, em março de 1843 e morreu em 1904.
Gabriel em 1860 é formado em Letras, depois bacharelato em Ciências, terminando os estudos sofre uma crise oftalmológica que o obriga a viver em locais sem iluminação. Mesmo assim tentando superar sua doença se inscreve na Faculdade de Direito de Toulouse, depois transferindo para Paris, onde inicia uma devoção mística a Santa Teresa de Ávila. Neste tempo surgem poemas, faz longas caminhadas e desperta a intuição filosófica ao ler: Hegel, Leibniz e Cournot. Em 1866 termina o curso de direito e em 1867 inicia na magistratura: secretário do juiz de Sarlat, vira juiz suplente e finalmente juiz de instrução. Neste mesmo período desaparece sua doença oftalmonológica.
A era do público
(A actividade intermental comunicacional é o momento da intersubjetividade.)
Jean Gabriel é o primeiro sociólogo a se ocupar dos conceitos de "públicos" e opinião, na linha geral da psicologia social. Para Tarde o público constitui um modelo de descrição das relações sociais fundado na psicologia das multidões. O público apesar de surgir das multidões é reforçada pela possibilidade de se poder pertencer a vários públicos num mesmo tempo, sem ser possível pertencer a várias multidões num mesmo contexto temporal. Tarde propõe uma definição simplificada de público: "uma colectividade puramente espiritual, como uma dispersão de indivíduos fisicamente separados e entre os quais existe uma coesão somente mental". O conceito de público nasceu no século XVI com o desenvolvimento da tipografia.
Inicialmente o público era restrito, constituído por poucos eruditos que liam as gazetas e se reuniam em salões, cafés e clubes, paralelo a este público existia uma multidão monstruosa de pessoas que se manifestavam nos acontecimentos políticos e socioeconômicos(coroações, festas, revoltas). No decurso do século XVIII, a especialização dos públicos é um fato, surge um público filosófico, a par de um público científico e literário, na segunda metade do século XVIII surge o público político que reuni todos os outros públicos. A revolução de 1789 contribuiu para o progresso do jornalismo, que se especializa na crítica ao novo regime, e dos publicistas que se afirmam como líderes de público.
No século XIX e principio do século XX, o desenvolvimento da imprensa amplia o universo do publico e publicistas, a expansão seria impossível sem a co-existência de três grandes invenções: a tipografia, o telégrafo e o caminho de ferro. Para tarde, as multidões são um reflexo do passado constituindo a segunda forma mais antiga de coletividade e estão condenadas a ser substituídas pelos públicos, na medida em que não promovem a ação discursiva. Valoriza-se, assim, o público que se situa num estádio evolutivamente superior em relação à multidão. Deste modo, vive-se na era dos públicos e não na era das multidões como defendia Le Bon.
Obras
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